terça-feira, 25 de setembro de 2007

Minha cidade

Neste sábado tivemos o Dia Mundial sem Carro. Eu, a ecochata mais chata que eu conheço não consegui ficar sem o meu, nem para ir a ginástica que fica a apenas 5km da minha casa! Não porque ele virou uma extensão de meu corpo, mesmo que isso às vezes pareça verdade, mas simplesmente porque não há vias seguras para ciclistas e pedestres na região de SP onde moro. É uma vergonha, mas não há na zona Sul inteira qualquer alternativa para este tipo de locomoção em grandes distâncias. Como faço para atravessar a Ponte do Socorro ou a Ponte de Interlagos montada em minha bike pink sem ser atropelada? Na minha última tentativa, numa área muito mais amena (no laguinho de Interlagos), fiquei sem a bike. E nisso lá se vão uns 10 anos! Imagine hoje? No último congresso que estive, do European College of Sports Science, ouvi novamente o Prof.Vitor Madsudo falar de formas de intervenções nas comunidades para melhorar o nível de atividade física espontânea das populações. Além disso, nunca o país esteve tão atento às questões ambientais como agora. Mas ainda não vi nenhuma iniciativa, pública ou privada, para melhorar as possibilidades de locomoção para os ciclistas, pedestres, patinadores e outras tantas opções desmotorizadas. E não acredito que seria algum tipo de projeto apenas para as elites ou para os aficionados por atividade física. Desde sempre vejo muitos trabalhadores e estudantes das redondezas (há muitas fábricas, escolas e centros universitários por aqui também!) disputando deslealmente espaços com motos, carros e ônibus sem a menor noção de respeito para com os "veículos" menores. Sem contar as possibilidades de um assalto. Considero-os corajosos e loucos ao mesmo tempo, pelo risco a que se expõe. O interessante é que nunca vi nenhuma mulher nesta situação. Se o respeito já é menor dentro de um carro, imagine sobre duas rodas? Não há loucura suficiente! Poder tornar nossa vida mais ativa e não depender apenas dos transportes públicos lotados e demorados ou ainda dos privados caros, poluentes e estressantes não seria mal numa cidade com o maior PIB da América Latina. Não me impressiono com muita coisa no exterior. Os museus e as cervejas constam nesta lista. Mas o espaço que as bicicletas têm nas cidades por onde passei permanecem na 1ª colocação (Já escrevi sobre elas quando passei por Jyväskylä, na Finlândia). E me despertou o desejo de provar algo que dificilmente teremos no futuro próximo por aqui: o prazer de pedalar por ciclovias com segurança. Foto _1: minha bicicleta alugada na Dinamarca estacionada em frente ao Prédio do Senado. Na foto_2 um semáforo triplo em Copenhagen: uma via de pedestres, outra de carros e a terceira, e mais utilizada, de ciclistas. Na foto_3 um dos muitos estacionamentos de bikes que vi em toda a Escandinávia. Esse também é em Copenhagen na Dinamarca.

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