quarta-feira, 3 de março de 2010
TPM...
Nunca tive problemas com a TPM. Quer dizer, nunca tive problemas filosóficos em ter TPM. Faz parte da minha existência. Da existência feminina. Como o territorialismo, do universo masculino. Cabe à porção gente reconsiderá-la e fazer disso algo ao menos próximo do que julgamos útil. No começo a irritação me fazia sentir a inferioridade que os olhares mais perspicazes nos insinuam a sentir. Com o tempo, aprendi a usar minha irritação tepeêmica para descobrir intenções ocultas, desejos sublimados, malícia recalcada. Uma mãe sempre acolhe às cólicas e humor deprimido da sua cria, porque sabe que é condição passageira de pedido de colo. Só um afago tira a friagem. Um verdadeiro cavalheiro jamais usará isso contra nós. Uma verdadeira amiga jamais enfiará o dedo em nosso útero prestes a ferir-se. Em TPM estamos como na gravidez. Em TPM provamos do hormônio do LSD. Os poros se abrem. As pupilas aumentam. Os ouvidos tuberculam. As papilas se inundam. E o nariz fareja a quilômetros. Em TPM percebemos o mundo com uma lente de aumento. Cuidado. Em TPM podemos ver você por dentro.
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