sexta-feira, 30 de julho de 2010

Não tem ninguém em casa...

 
Só silêncio.
Pergunto, e ele não me responde mais.
Suplico em orações, mas ele não me ouve.
Eu só ouço o silêncio duro da noite.
Enquanto no vizinho, tocam as canções que eu sei de cor.
Procuro meu radinho azul.
As pilhas já não funcionam.
Continuo seguindo sua voz em algum canto da casa.
Só o silêncio me responde.
No vizinho dançam minhas músicas prediletas.
Lá, coreografam o que sei dançar muito bem.
Esboço um passo, mas o silêncio é mais alto.
Cantam as letras que me dizem tudo.
Aqui, o silêncio é ensurdecedor.
Não me responde nunca.
As gargalhadas do vizinho entram pela janela.
O silêncio engole todas elas.

Velha inquilina...

 
É uma tristeza que já não cabe mais em mim.
Dói no fundo da alma e come meus desejos e meus sonhos.
É uma tristeza que não cabe mais em mim.
Abate minha força e mata meu futuro.
É uma tristeza que não cabe em mim.
Arranca meus olhos e fura meus ouvidos.
É uma tristeza que não cabe.
Mata meu coração.
É uma tristeza.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Mais Pessoa...

 
"Mas é mais, mais de dentro, mais de cima:
É o sono de todas as desilusões,
É o sono de da síntese de todas as desesperanças,
É o sono de haver mundo comigo lá dentro
Sem que eu houvesse contribuído em nada para isso."


                                   Alvaro de Campos (1935)

terça-feira, 20 de julho de 2010

Pérolas femininas - parte II...

 
Resposta ao convite para uma balada: "Já passei dessa fase. Agora sou uma mulher casada."

Mais aconselhamento sobre homens: "Você não devia contar suas qualificações profissionais, isso assusta os homens!"

Sobre filhos: "Quero muito ter esse filho, o fulano é louco por crianças." Três meses depois do nascimento: "Eu estou um bagulho! Meu marido nem olha mais pra mim!"

sábado, 17 de julho de 2010

Pérolas femininas - parte I...

 
Vou abusar de meu lado malvado e publicar aqui uma nova série: Pérolas Femininas. Coisas que tenho ouvido de verdade. Não, não são cópias de textos humorísticos ou peças de teatro que abordam o universo feminino. São frases ouvidas por mim mesmo de mulheres que realmente pensam assim. E pra não chorar, resolvi me divertir...

Num encontro com uma antiga conhecida: "Ah! Minha irmã não casou mas mora no Morumbi!"

Numa discussão entre primas: "Sou gorda mas tenho marido!"

Aconselhando sobre homens: "Você não acha que se ficar escolhendo muito vai ficar com o que tem de pior?"

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Aos que ficaram...

 
A composição é de Jimmy Cox e ficou conhecida com Eric Clapton, mas essa versão aqui é com Carla Bruni - Nobody knows you when you're down and out. Deixo de presente para meus bravos amigos que me amam mesmo down and out!!!

sábado, 10 de julho de 2010

Reprimido...


Psicodélico.   Pijama.
Onda.  Otorrino.
Porcelana.       Porcaria.
Silêncio.     Semimorto.
Cárie.      Carijó.
Bacia.             Bacalhau.
Infortúnio. Infalível.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

De novo...

 
Minha última postagem sobre o assunto. Essas finais de Copa do Mundo tem tudo a ver com a África do Sul e tudo que sua história representa para o mundo. Os fanáticos boleiros provavelmente nem fazem idéia, mas uma final entre Holanda e a atual equipe alemã seria no mínimo interessante. E provável motivo dos discursos dos capitães das equipes iniciados no jogo do Brasil e Holanda. Os bôeres ou africânderes, responsáveis pela existência do terrível Apartheid na África do Sul na segunda metade do séc. XX, eram descendentes, na sua maioria, de colonos holandeses. Hoje, a rápida, jovem e surpreendente equipe alemã, chamada de Multi Kulti, é composta por filhos de poloneses, turcos, ganenses, tunisianos, bósnios, brasileiros e alemães. Alvo de problemas dentro da própria Alemanha (com os neonazis, naciolnalistas extremistas, neofascistas e outras figuras destes calibres) justamente por essa democrática e feliz diversidade, esse time tem mostrado jogo e é a cara da Copa da África. Nada como um dia após o outro. E tenho certeza que a moderna Alemanha, a prafrentex Holanda e a feliz África do Sul também tão gostando. 

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Ufa..

 
De novo me peguei dando graças à educação que tive em casa. Aqui vai um tanto dos meus preconceitos. Mas de verdade estou feliz de chegar aos 39 sendo quem sou e acreditando no que acredito. Tenho lá meus furos e faço lá minhas revisões periódicas. Sabendo cada dor e delícia de minha existência. Mas tem coisa que eu não me perdoaria. Me livrei de ser malufista, patricinha, consumista, fútil e até neofascista disfarçada de empresária. Podia também querer que os pandas se danassem. Ou achar que todos os pobres gostam de ser pobres porque não gostam de trabalhar. Ou ainda que mulher só é feliz casada, que educação não enche barriga e que beleza é fundamental. Também ia ter uma cólica renal se eu achasse que tempo é dinheiro e que poder, dinheiro e vaidade fazem a gente ser melhor que alguém ou que os modelos existem para ser seguidos. Não tenho vergonha de dizer o que desejo e que também acho um saco o que é um saco. Faço festa para quem amo, choro quando levo um passa fora e lamento quem pretere aproveitar a vida a ser elegante. É, acho que me saí bem. Não sou uma mulher dentro da média nacional e é exatamente isso que me faz acreditar que gosto de quem eu me tornei. Também gosto de saber que sou capaz de me tornar diferente, melhor ou até pior se eu desejar. Prometo que vou usar a segunda metade de minha vida pensando em onde dá pra dar uma reformulada, podexá.