segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Baleiro na Vila...

Estive no Congresso da SBAN (Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição) durante esta semana. Encontrei amigos da pós graduação e matei saudade dos velhos tempos. Na sexta, consegui sair de lá e levar minhas amigas nutricionistas de BH, Sabrina e Flávia, para comer no Josephine, na Vila Olímpia. Um Shirah Chileno (Alta Terra Andina) acompanhou o papo até a chegada dos risotos... pena que não levei a máquina (o meu era de alho porró com filé de salmão. Eu recomendo!!). Prometo voltar lá para fotografar! No sábado, encontrei amigos queridos, Marcola e Ana, no show do Zeca Baleiro no Festival de Poesia da Escola da Vila ... que senso de humor delicioso este "menino" tem! Minha Canon fez falta de novo. Vou começar a andar com ela na bolsa e sacá-la sempre que aparecer algo interessante. Acho que estou ficando maluca...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Brasília...

Só havia estado em Brasília muito rapidamente no ano de 1994, de passagem para Alto Paraíso, "o centro energético do mundo", como os moradores do Planalto Central chamam essa cidade. Mas sempre quis ver de perto os traços do, já por mim admirado, Oscar Niemeyer. Em BH, nunca me cansei de admirar as curvas de todo o complexo da Pampulha (Foto_1: Igreja da Pampulha... com pinturas do Portinari!)Lá a beleza da cidade parece completar a arte do gênio arquiteto. Assim, era óbvio que eu desejava conhecer a obra completa dele em Brasília. Na umidade rarefeita do Brasil Central eu ia admirar um museu a céu aberto... Assim, meu querido amigo de trilhas, George Luz (não, ele não é meu primo apesar de me chamar assim!!), recebeu-me na cidade! Mais tonta que nas altas altitudes, o ar seco do cerrado me deu uma certa noção alucinógena da cidade. Como pode me causar tanta estranhez um local cheio de obras de arte? O Plano Piloto me trouxe uma sensação de "lonjura" tão grande entre as coisas que o cansaço duplicou junto com o quentume do cerrado. Lembrei de Guimarães falando do "coisa ruim" no meio daquela poeira vermelha... Senti-me pequena e cansada. Muito cansada. Quando vi as duas metades, uma côncava e outra convexa (Foto_2: Prédio do Senado), lembrei do desencontro dos que andam por lá dentro. Imaginei não ter sido essa a idéia do comunista Niemeyer. Só consegui pensar: "Que cidade triste...que cidade triste". Foto_4: Palácio do Planalto... sem comentários....

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Momento sublime...

Enquanto a Feira de Agricultura Familiar e de Reforma Agrária rolava solta, alguns Chefs de Cozinha faziam arte e preparavam oficinas ou jantares beneficentes. Consegui ir em um deles: do Chef Ofir de Oliveira, do Restaurante Sabor Selvagem, de Belém. Além da comida maravilhosa, típica do Pará, ainda tive o prazer de conhecer e jantar junto a outros Chefs! Foto_1: Neide Rigo, Chef Margarida Nogueira, lider do Slow do Rio, Chef Ofir e eu (Foto cedida por Cenia Salles). Foto_2 (da esquerda para a direita): Chef Thereza Corção, de O Navegador, Rio de Janeiro. Chef Beto Pimentel (uma peça rara) do Paraíso Tropical, de Salvador. Chef Faustino, do Cantinho do Faustino, de Fortaleza. Chef Cenia Salles, do Empório Siriuba, de São Paulo. Ainda estavam o Chef Ulisses Dias, de Piracicaba e o jornalista Arnaldo Gomes, do Rio. Na Foto_4 o nosso presente: Peixe a Capitoa, com molho de Arubé (concentrado de tucupi que os índios usavam para preservar a caça) (sic)... nem abri minha boca pra falar nada... comida dos deuses do norte! E na Foto_5 o creme de cupuaçu... com esses estruzados que eu não me lembro do que eram... Estou convencida de que preciso urgentemente conhecer o Pará! Ah!!!! Como pude esquecer dos bolinhos de Piracuí com Pirarucu de entrada (Foto_6)??

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Mais experiência...


Participar do Terra Madre Brasil foi mais uma daquelas experiências inesquecíveis! Além de conhecer comida de tudo que é canto do Brasil e aprender sobre a importância de valorizarmos culturas agrícolas e gastronômicas tradicionais para a manutenção da biodiversidade, do sustento do pequeno produtor e da nossa saúde e do planeta ainda conheci gente do país todo mesmo: Pará, Maranhão, Amazonas, Tocantins, Goiás, Paraíba, Bahia, Minas, Rio Grande do Sul... E de várias etnias!!! Cada um com uma boa história para contar sobre um produto típico (muitos haviam sido esquecidos e têm sido resgatados) no campo e depois na mesa... A Neide caprichou em algumas no Come-se e com certeza ainda vai contar tantas outras que merecem um tempinho no dia para ler e degustar! Na Foto_1: Seu Bene e o Clayton, com o paneiro com a farinha d'água (mandioca) do Pará. Na Foto_2: o arroz vermelho da Paraíba, do Seu José. Outra história que eu já havia ouvido e me tocou, foi o movimento de mulheres pelo "Babaçu Livre" (Foto_3). Elas lutam para que os grandes latifundiários permitam a passagem pela terra para que coletem o babaçu, que não é usado para nada por eles e representa o sustento das famílias das "quebradeiras", como são chamadas as mulheres que trabalham na quebra do babaçu. Conheci também as histórias de algumas mulheres trabalhadoras em assentamentos rurais. O que sempre ouvi sobre os assentamentos na mídia não chega perto do que estas mulheres contaram e mostraram com os produtos na Feira de Agricultura Familiar e de Reforma Agrária. Produzem de tudo e representam o resgate da dignidade destas comunidades. Enfim, pareceu-me a solução para muitos de nossos problemas sociais: produção boa e limpa (sem defensivos e fertilizantes químicos) em pequenas propriedades permite trabalho para muita gente que, em vez de desistir do campo e correr para as grandes cidades para viver sem dignidade, podem dedicar-se a terra, viver dela e dar qualidade de vida para os que consomem seus produtos. É isso que o movimento do Slow Food chama de alimento "bonito, limpo e justo". O que para mim sempre pareceu óbvio, ainda tem um longo caminho a percorrer. Que bom que pelo menos o nome do Ministério do Desenvolvimento Agrário, um órgão Federal de peso, já aparece num evento como este... e a força dos Chefes de cozinha nem se fala. Aqui em SP, o Empório Siriuba aplica esses conceitos no seu trabalho. Conheci a Cenia Salles lá em Brasília e já fiquei curiosa pra ver o que ela faz no Siriuba. Vale a pena aderir.