terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Ano diferente...

Minha desbundada final não será como de costume. Já andei levando uns beliscões por causa disso. Não será tão "comportada". Como quero outro ano diferente (2008 foi muito) vou para um lugar diferente. Será o mais longe que já fui dentro do país (2460km aéreos). Já estive em Salvador. Morei em Belo Horizonte. Passei rapidamente por Porto Alegre. Fiz escala em Curitiba. Me apaixonei por Florianópolis. Me encantei com a Cidade Maravilhosa. Morri de calor em Cuiabá. E em Brasília, vi Niemeyer. Em todas elas, dei boas voltinhas nos arredores e, às vezes, um pouco mais que isso. Dessa vez, vou conhecer uma capital da Região Amazônica. Então, minha mochila já está pronta. Vacina de Febre Amarela tomada. Vontade de comer um bom peixe do Rio Amazonas à moda indígena. Comer muito açaí. Tacacá. Tucupi. Cupuaçu. Dançar um tanto do Carimbó. Do Siriá. Se der sorte, um pouco do Lundu (uh!uh!!). Ver um show do Calypso. Talvez dispense esse. Na mudança de lua, ver a Pororoca. Quem sabe, um clássico entre o Remo e o Paysandu no Mangueirão. Fora da temporada. Assim como o Círio de Nazaré. Mas vou de peito aberto pra conhecer mais um pedaço do meu país. Tão distante. Tão diverso. Tão brasileiro. Vou conhecer a primeira capital brasileira a ter energia elétrica. A Paris n'América. A capital com uma das melhores Universidades Públicas do país (quem sabe não fico por lá!?). Com a maior feira livre da América Latina. A maior cidade sobre a linha do Equador. Terra do Sérgio Cardoso e do Inglês de Sousa. Dos Tupinambás. A entrada para a Floresta Amazônica. Com mais mangas por km quadrado no Brasil (eecaaaa). Com muita história pra contar. E depois, vou para a maior ilha fluviomarinha do mundo. Com o maior rebanho de búfalos que se conhece. Praias. Natureza. Paz. Fazendo o que mais gosto. Não prometo voltar. Mas se voltar, prometo trazer na mochila fotos, histórias, amores e mais planos. E a propósito, contar tudo isso aqui. Até lá. Ou não.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

domingo, 21 de dezembro de 2008

Festa de arrromba....

Amigos são a família que escolhemos pra gente. Por afinidades. Por carinho. Por sorte. Por pura felicidade. Um privilégio dividir as durezas e rotinas da vida com quem amamos. Uma delícia comemorar os momentos felizes e celebrar as vitórias de cada etapa. Ontem, mais uma pelos 15 anos da dupla que vai sempre morar no meu coração. Pra ser feliz basta uns poucos pares de bons amigos. Os meus estavam lá. Todos lindíssimos. Enjoy yourself!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

No lugar errado, na hora errada...


Já passavam das dez no domingo, quando saímos do prédio da Gazeta, na Av.Paulista. Levei um tremendo susto. Cartuchos, de não sei o quê, espirravam da avenida sobre os pedestres quando os carros passavam rápido sobre os milhares de cacos de vidros espalhados pelo asfalto. Quando parei, pra não ser atingida por um desses não sei o quê, vi as centenas de policiais militares perfilados por toda extensão do trecho que meus olhos conseguiram cobrir da avenida. Dei uma rápida passada pelo dia e não me lembrei de nenhuma greve, Diretas Já ou caras pintadas. Só lembrei da vitória do São Paulo no Campeonato Brasileiro. A Força Pública paulistana toda mobilizada em função da comemoração de um título. Achei tão fora de foco. Eles não deveriam estar festejando? Por que a quebradeira? E me lembrei de quando tentamos celebrar uma das Copas do Mundo por lá. Demos meia volta. Também no domingo fizemos isso. Pelas ruas laterais, como formiguinhas, chegavam mais e mais policiais militares. O prejuízo para o comércio e moradores da região não deve ter sido pouco. Ainda acho isso estranho. Um fênomeno social muito interessante. Mas ainda estranho.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Às vezes de uva...


A Pinot Noir é um tipo de uva difícil. Muito sensível. Qualquer intempérie no terroir faz dela um fracasso. Precisa de calor seco e forte durante o dia e, à noite, uma briza fresca. Amadurece rápido. É preciso observação. Sutileza. Cuidado. Delicadeza. No entanto, quando se consegue compreender as necessidades desta plantinha frágil é possível explorar uma explosão impressionante de um léxico de indescritíveis delícias no seu vinho. Puro prazer aos seis sentidos em total agradecimento a tanta dedicação. Intensa. Pra onde a imaginação for capaz de levar. Demiúrgico. Dionísico. Pra plantinha, que desabrocha a simplicidade da vida em algo que transcende. E para o vinicultor, que doa o cuidado pra apreciar o desdobramento da transcendência. Há pessoas que são a Pinot Noir. Precisam mais do que sol e água pra serem o que podem ser. E quando o são, alentam e afagam a alma humana.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Mais modernidade...

Um dia destes, ouvi outra pérola da falta de noção do ser, estar, ter, haver. Nem meu pai, algumas gerações anteriores e bem mais quadradinho, não soltaria uma destas. Na rua, uma moça. Não. Uma senhora. Cabelos brancos, há muito, escondidos pela tintura. Pele já enrugada pelos anos e, provavelmente, muito pelo sol. Não era gorda, mas já não exibia mais curvas ou excessos nos lugares certos. Caminhava de mãos dadas com o companheiro. De shortinho branco e barriguinha de fora. Ia livre. Feliz. Ela mesma. Pra ela mesma (pois não subia em nenhuma passarela). Só lhe faltava o chapéu roxo. Aquele! Da crônica da velhinha feliz que simplesmente aproveita a vida sem constrangimentos. Foi quando ouvi o comentário de alguém que provavelmente acha que a beleza da vida só é reservada àquelas que oferecem a imagem ideal para uma rápida ereção aos mais atenciosos ou uma pontada de inveja às menos bem dotadas pela natureza. Não belas. Envelhecidas. Estas, que devem ter noção e contentar-se em ficar cobertas e tristes para não ofenderem a paisagem colorida de um outono ensolarado. Século XXI. Milhares de peças íntimas queimadas depois para não sermos meros objetos do desejo alheio...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Tipinhos...

Tem o que chuta cachorro morto,
E o que se faz de cachorro morto.
Tem o defunto que não se gasta vela,
E o que não gasta com nada.
Tem o que joga lixo pela janela do carro,
E o que é o lixo, dentro ou fora do carro.
Tem o que passa rasteira em deficiente,
E o que usa da deficiência pra passar rasteira.
Tem o esperto que ultrapassa pelo acostamento,
E tem o lerdo que não dá passagem.
Tem o cafajeste que só dá bandeira,
E tem o da bandeira que não dá pra nada.
Tem o corrupto que rouba dinheiro público,
E tem o que cola na prova ou dá dinheiro pro guarda.
Tem o preconceituoso intolerante,
E tem o hipócrita que tolera fingimento.

Nietzsche dizia que não adianta aprender pra tentar melhorar. No máximo dá pra não ficar por perto. Ilhas desertas andam raras e desertas por aí.