segunda-feira, 31 de março de 2008

Beleza interior...


HDL = 88mg/dL
LDL = 100mg/dL
VLDL = 30mg/dL
TG = 140 mg/dL

É... depois dos 30 nossos referenciais de beleza mudam ligeiramente. Pra quem não tem idéia, tô mais gatona do que nunca*...
*Sociedade Brasileira de Cardiologia (2001).

A cor do som...

Nesta semana fui alvo de duas alucinações musicais. Claro que nenhuma delas chega ao que Oliver Sacks descreve no livro que leva este nome. Mas penso que sofri alguma sugestão, uma vez que levava o volume de presente a uma amiga. Fiquei pensando nas explicações do neurologista do porquê reagirmos de forma tão inesperada a algo como a música. Vai ver é a física quântica. Eu prefiro a biologia molecular. Tá mais próxima da minha realidade epistemológica... Daí fiquei pensando numa lista de músicas que têm um poder hipnótico sobre mim. Não é porque gosto delas. É porque fico paralisada. Ou melhor, não consigo evitar sair dançando e estalando os dedos. E cantando muito alto para o desespero de quem passa por perto. Após o evento parece que levei um passe. Tomei um banho gelado de cachoeira. Um copo ou dois de vinho demiúrgico. Foi assim com a Aquarela, de Barroso, no Humboltd. É assim como Brasileirinho do Waldir Azevedo. Com inverno de Vivaldi ou a Nona de Bethoven. Foi assim no sábado com My baby just cares for me, na voz da Nina Simone, Night and day com Ella Fitzgerald (!!) e Fly me to the moon com a Julie London. Vou continuar investigando outras músicas e demais efeitos que elas me causam (Oliver Sacks. Alucinações Musicais. Cia das Letras. 2007).

domingo, 30 de março de 2008

Saudoso Paulistano...


Não! Eu não sou do tempo do Bonde em SP. Ele se foi em 68, três anos antes de eu nascer. Mas não canso de ouvir as histórias de família sobre ele pois, sou duas vezes neta de funcionários da antiga Ligth e CMTC. Meus avós, um era fiscal de bonde e outro enfermeiro da companhia. Além disso, nesse fim de mundo que sempre foi Santo Amaro para a cidade, o bonde levou e trouxe minha família para um pouco mais perto de SP. Esta foi a última linha a ser desativada. Minha mãe se recorda do último dia em que ela pegou o bonde do trabalho pra casa. E agora como ando namorando com a fotografia P&B não foi difícil juntar A + B. Me fez refletir como seria bom termos o bonde por aqui como em muitos países ainda o fazem com bastante economia e sustentabilidade. Fiquei triste com as fotos dos acidentes e os problemas delegados a eles. No entanto, nosso trânsito só se tornou mais caótico, mesmo sem eles. Não tenho dúvidas que trata-se de um problema de cidadania e não de bondes... Fernando Portela. BONDE - SAUDOSO PAULISTANO. Editora Terceiro Nome. 2006.

sábado, 29 de março de 2008

Quem somos nós...


What The Bleep do We Know? (William Arntz, Betsy Chasse, Mark Vicente, EUA, 2004). Procuram explicação na Física Quântica e na Biologia Molecular para eventos há muito estudados e bem considerados por Freud e Jung. Alguém já falou sobre o livre arbítrio na filosofia. Sobre o poder do toque e da sutileza das ações na acupuntura e no Doin na Medicina Oriental, mais que milenar. O poder da fé em TODAS as religiões. Buda, Gandhi e Jesus não gastaram todo o seu latim a respeito? E até muita gente, só para pagar o aluguel no final do mês, com os livros de auto ajuda. Mas como levar a sério tudo isso? Darwin, Watson e Crick até começaram a observar o que só teve continuidade tempos depois ao que hoje uma tal de Nutragênica e Nutracêutica chamam de relação do meio ambiente (leia-se nutrientes) com o DNA na determinação do ser. Mas a ciência só pode aceitar o que é pragmaticamente reproduzível, analisado e provado por complicadas equações matemáticas pelos grandes privilegiados da história. Os gênios. Sim, só eles podem nos ditar suas regras. Lamento muito quando percebo esse discurso onipotente entre meus colegas fisiologistas. Já há algum tempo que o mundo sabe onde ficam suas frustrações, saudades e vitórias em seu "espaço corporal" e até qual chazinho ou mantra que possa aliviar as dores. Mas foi só no fim da década de 90 que as ditas Ciências Exatas e Biológicas resolveram levar a sério o que eu ouvia quando era menina alguns mais alternativos dizerem: "fulano somatizou e resolveu as dificuldades financeiras com uma hérnia de disco bem dolorida", "a fé remove montanhas" ou a máxima que eu adoro: "quem planta vento, colhe tempestade". Mas só fizeram isso porque não conseguiam mais explicações ou soluções pra tudo que aparecia na clínica médica e, seus remedinhos, perfeitos nos laboratórios, simplesmente não surtiam o efeito mágico sobre os pobres mortais, que adoravam a outros deuses que não os da ciência. Não vou negar que meu conceito de deus tem uma influência brutal da minha formação científica mas afinal tenho lá minha formação religiosa nas veias também. Então, espero não chegar a desenvolver certo grau de arrogância e achar que é essa a verdade de que o mundo precisa e de que trata-se de um paradigma indiscutível, o que me parece uma constante da ciência ao longo da história, como um próprio cientista cita no início do filme. Também sugerem que, afinal, cada um de nós é um deus que constrói suas próprias leis e dinâmicas! Estou começando a me achar repetitiva, mas acredito piamente que precisamos, sim, rever muitos de nossos paradigmas. A esse respeito adorei o livro: O imperador do Olfato de Chandler Burr, da Cia. das Letras de 2006. Então... podíamos pensar em como usar esse potencial em vez de tentar descobrir o que ele significa...

quinta-feira, 27 de março de 2008

Chor der Universität Wien...


Já havia declarado o dia como péssimo depois de ouvir uma história horrorosa da moça que trabalha aqui na casa da minha mãe que foi despejada, literalmente, de sua casa com seus quatro filhos por um oficial de justiça sem aviso prévio. Estamos num país de merda mesmo, onde o que vale é o tamanho do maço de dinheiro que se despeja na mesa de uma juíza incompetente o suficiente pra não ler o processo antes de sair deliberando sobre o caso. Sem aviso prévio? A cada expiração me convenço que a raça humana não tem mais jeito, os genes da escória são mais velozes na multiplicação pra phoder os que estão afim de viver em paz. E eu? Sim desisti. Estou elaborando a primeira filha da puta trangênica da história. Há alguns meses coletei uns genes de uma figura que superou todas as demais... xá comigo. Mas como ainda não fiz o enxerto dos malditos, me lembrei que hoje eu tinha ingressos para o Teatro do Humboldt. Adoro aquele momento anterior, o da afinação. A sensação que tenho é que deveria estar lá no meio. Afinando. Programação imperdível com o Coral Feminino da Universidade de Viena aqui na porta de casa, com a regência do simpático Maestro Vijay Upadhyaya que arranhou um espanhol entre seu deutsch timbrado. Por algumas horas esqueci que o mundo está lotado de baratas saindo pelos bueiros pra comer da comida alheia. Nunca pensei assim, mas estou começando a achar que talvez seja mesmo mais produtivo conhecer mais intimamente o velho continente. Mesmo quando terminaram a apresentação com uma homenagem ao público com uma Aquarela do Brasil quase sem sotaque (!), a beleza da canção não me iludiu sobre nossas mazelas. Obrigada às austríacas que me deram este delicado presente ao final do dia. Nos encontramos em Wien!

Foto da foto...

Rimos muito, perguntamos muito, aprendemos mais ainda e, principalmente, fotografamos muito! Encerramos com fotos no viveiro do Ibirapuera. Um lugar bucólico que me fez pensar estar quilómetros longe da cidade. A foto de cima é da Gaby que adora tirar fotos de fotógrafos desajeitados! O que será que o Sit vai dizer dessas aí de baixo...


domingo, 23 de março de 2008

Na Páscoa: Chocolate...


Já assisti milhões de vezes, mas não acredito que haja filme mais apropriado para um final de domingo de Páscoa feliz: Chocolat (Lasse Hallström, EUA, 2000). Com a linda Juliette Binoche e o, digamos, bunitão Johnny Depp. Os ventos do norte também andam soprando por aqui... Deixe-me adivinhar o seu preferido!

quinta-feira, 13 de março de 2008

Sacre Coer..


Crux sacra sit mihi lux
Non draco sit mihi dux
Vade retro satana, numquam suade mihi vane
Sunt mala quae liba ipse venena bibas.

Em latim é mais emocionante.


Auferreum...

segunda-feira, 10 de março de 2008

Cinema, aspirinas e Urubus...


Filme iraniano filmado no Brasil. Sem muitas palavras, a dor da vida dura no nordeste do país e as mazelas na Europa pela estupidez de Hitler. Cinema, aspirinas e urubus. Marcelo Gomes, Brasil, 2003.

Yôga estressada...


Quem faz algum tipo de atividade física, meditação ou qualquer outra atividade turn off vai entender do que eu estou falando. Duas vezes por semana desligo meus circuitos numa horinha de Yôga, pela qual não troco, não vendo e não recebo nada. Simplesmente porque preciso desconectar o fio terra pra poder continuar ligada no meu máximo. Só quem vive em SP sabe que isso é vital. Então, o que leva uma indivídua a deixar seu trabalho ou família, sei lá... para se prestar a tal exercício de desconexão e levar seu celular junto? Pior: deixar o dito ligado e ainda em alto e bom som? Recebendo mensagens ou chamadas no meio da tão necessária hora de relax de quase 30 pessoas? A cidadã sem noção mexia, lia, apertava o dito.. mas não desligava ou dava por recebida a mensagem que continuava apitando aula a dentro. Tenho celular desde o tempo que ninguém sabia o que era isso no Brasil, mas já desde aquela época achava o fim da picada todo mundo ter que receber ou fazer a ligação junto. Porra! Se tem coisa mais urgente pra resolver que sua aula, seu almoço, seu relax... vai resolver e não aborrece quem não tem.

domingo, 9 de março de 2008

Sorte a minha...


Num mesmo final de semana consegui assistir a filmes muito bons numa única ida a locadora. Este entrou para a lista dos meus favoritos. Um filme lindo. Delicado. No meio da violência da passagem do governo Allende para o de Pinochet no Chile em 1973, a amizade entre dois garotos conta a história. A fotografia é especial. Machuca (Andrés Wood, Chile/ Espanha/ Reino Unido, 2004. DVD).

sábado, 8 de março de 2008

Good night, and good luck...


"...otherwise, it is merely weres and lights in a box", Edward R. Murrow em Boa noite e boa sorte (George Cloney, EUA, 2005. DVD). Baseado em fatos reais. Permite-nos entender um pouco como foi formada a "dita maior democracia do planeta" (aborda o período do macarthismo), as relações com a liberdade editorial de um dos mais influentes meios de comunicação de massa e... o que os espectadores desejam dele. Seis indicações para o Oscar (melhor diretor! Sou mesmo fã, porque ele não é só bunitão...).

quinta-feira, 6 de março de 2008

Amor sublime...


Tenho uma amiga que certa vez quis jogar as tamancas na "infeliz", segundo suas palavras, "que queimou suas roupas íntimas em público na Inglaterra." Hoje, ela (minha amiga) estaria tranquila e felizmente cosendo e cuidando de seu querido marido e filhos, apenas. De cara retruquei. "Deus me livre! Nossa liberdade vale mais que qualquer felicidade de filme romântico." "Que liberdade?" Enfurecida, nem ouvia mais meus argumentos. Logorreicamente foi cuspindo os marimbondos: "Levanto muito mais cedo que meu companheiro pra aprontar as crianças pra escola. Ainda tenho que me por linda e fresca para 8 ou mais horas de trabalho árduo no escritório, onde tenho que provar a cada instante minha competência com salário menor e aguentando, muitas vezes, cantadas canalhas de colegas com um pinto provavelmente menor que o de meu menino de 5 anos... E quando chego em casa, roupas, louças e jantar ainda me aguardam. Sem contar toda a demanda emocional pela qual sou responsável com meus filhos e meu marido, que sempre querem meu colo. Nem sobre futebol posso opinar que me olham de soslaio pois isso não é assunto meu. Que liberdade foi essa? Antes de liberdade eu quero igualdade." É claro que eu tinha que viver num período de transição histórica onde nada mais é o que era e ainda não é o que será. Amor sublime ainda é sonho de consumo da mulher moderna.
P.S.: O beijo é de Picasso.

terça-feira, 4 de março de 2008

O mundo gira...

Estava ainda há pouco perto do pólo norte, caminhando com os vikings pelo reino de Hamlet. Queimei meus miolos três dias antes entre os templos do deserto da Núbia. Me refresquei nadando com os cocodrilos no Nilo. Ainda em terras mouras, ouvi o estalar do sapato Flamenco. Numa carona em nau lusitana, fui chegando muito ao norte da cordilheira onde a rainha liberdade grita seu silêncio ao vento. Por causa disso, corri mais ao sul para descobrir onde a minha se perdeu. Subi às alturas pra sentir o frio dos incas e masquei da coca sagrada. Tudo isso pra descobrir onde o pôr de sol é mais bonito. Ainda bem que o mundo é bem redondinho e ele continua girando pra mim (gravura de "O Pequeno Príncipe", Antoine de Saint-Exupéry, 1943).

Uma animação para a auto-estima...


Nada melhor que um filminho sessão da tarde para deixar tudo cor de rosa, literalmente. Encantada (Kevin Lima, EUA, 2007), uma comédia romântica sem nenhuma pretensão, clean your mind like meditation e dá o relax pedido no domingão. Faz várias referências às animações clássicas. Queria um bueiro como o da Times Square na frente aqui de casa para umas escapadas de vez em quanto... Uhm... e se eu estivesse com o corpitcho da madrasta, Susan Sarandon, ia arrumar outro príncipe pra mim no lugar de ficar atazanando o pobre casal...
Indicação ao Oscar por melhor canção (That's How You Know de Alan Menken e Stephen Schwartz).

segunda-feira, 3 de março de 2008

Confusões processuais...


Já me peguei algumas vezes pensando que tenho preconceito de quem tem preconceito. Quanta arrogância a minha achar que não tenho lá os meus também. É só procurar direito que acabo achando outros. Tão feios quanto o de cor, religião, opção sexual... Talvez mais fáceis de colocar em baixo do tapete. Mas estão lá. O de desejos, o de mudanças, o de fazer a mesma coisa sempre, o de quebrar paradigmas, o de fazer o que todo mundo faria, o de ser peace and love, o de ser pitbull, o de gostar de orgânicos, o de gostar de churrascaria gaúcha... Não ter preconceitos que é moda não ter é mais fácil. O mundo sempre foi e sempre será cheio de diversidade, graças a deus! Narciso gostava do lago não porque era diferente, mas sim porque via seu reflexo nele. Há um pensamento da Yoga que diz que é preciso compreender para perdoar e só assim conseguir amar. Saber apreciar, conviver ou só respeitar é o grande desafio para eu conseguir ser mais feliz e me incomodar menos com a conta de luz alheia. Mas eu sempre achei mais fácil falar a respeito. Acho que vou precisar de outra encarnação para conseguir agir assim.