sábado, 31 de janeiro de 2009

Mosqueiro...

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Ainda antes de ir pro Marajó (uma hora chego lá!) fomos passar um dia em Mosqueiro. Um pequena ilha que fica ao Norte de Belém. Não tenho certeza da tranquilidade que encontramos por lá, já que fomos em um dia de semana. Mas enfim, a cena foi inebriante. Um marzão de água doce sem fim. Quentinha. São várias praias seguidas. Uma diferente da outra. Calçadão em alguns trechos. Barzinhos em outros. Outras mais selvagens. Mas todas lindas. Se for mesmo esse sossego todo, é o paraíso. Ao menos a idéia que faço de um. Sol. Gente simpática. Água doce (meu cabelo ficou maravilhoso). Peixe para o almoço. Peixe para o jantar. Tranquilidade. Cheio de casinhas antigas. Muito antigas. Conservadas no tempo. Pra chegarmos lá, atravessamos uma ponte na PA391 sobre o Furo das Marinhas, que separa o continente da ilha. Só esse canal já foi um espetáculo a parte. Água. Só água. Pra todo lado. Água.
Sabe um daqueles dias de preguiça merecida? Estirada na areia. Lendo Saramago. Pé na água. Diante dessa paisagem. Então. Paraíso. Pra mim, não é preciso mais nada.

De volta à estrada, não resisti e voltei pra fotografar uma placa dentro de uma propriedade. Surreal. Engraçada, se não fosse tão neurastênica. Fiquei pensando sobre o preço a pagar por se viver num lugar tão lindo, mas tão afastado de tudo. Porque haja chão de Belém.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Mangia che te fa bene...


Vou fazer uma merecida pausa nas minhas aventuras brasileiríssimas pelo norte da minha terra, porque ontem conheci um lugar muito do saboroso por aqui mesmo na Paulicéia. Como nunca neguei minhas raízes ítalo-árabe-caipira-lusitanas, sempre me senti cidadã do mundo. Principalmente depois de minhas andanças pelo mundo. Isso significa que gosto de tudo que é comida e cultura de tudo que é canto do mundo mesmo. Sou boa de garfo. Meu prato predileto é o cheio. E bem feito. Bien sûr! E como ando pra todo lado, sempre acabo conhecendo um ou outro que compartilha essas esquisitices comigo. Foi com a turma do curso de francês que descobri esse restaurante italiano. APriori. O Chef Juliano Melo, que é noivo da Thaméa que estuda francês conosco, inaugurou há pouco o espaço no Brooklin.

E caprichou no bom gosto. Ele mesmo prepara as pastas que podem ser acompanhadas com vinhos de uma adega bem diversificada, que me encheu de vontades. Tudo muito generoso. Desde os pãezinhos e antepastos do covert. Me lambuzei com um Tagliatelle verde alla crema di funghi secchi.

Mas cresci o olho para o prato de meus acompanhantes. Um Penne alla crema di parmigiano e limone siciliano, um Cannelloni di melanzane ripieni di ricotta e mozzarella al pomodoro,

um Ossobuco con risotto di zafferano e

um Medaglione di filetto con pezzi di parmigianoed erbe con gateau di patate e porro.
Um Malbec argentino regou tudo que terminou com a delicadeza do Chef que nos presenteou com um Tiramisù, um Velludato di cioccolata com morangos (!) e um Crema di nera. Ai, ai. Prego. Tava tudo muito bom. E a compania não deixou por menos. Difícil vai ser não voltar lá toda semana. Merecidamente, o APriori vai participar da edição de 2009 do Restaurante Week de SP.

Nossa Prófe de Francês, a Lygia, e a Thaméa fizeram questão de apresentar o banquete. Bon appétit!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Um dos meus micos de viagem...


Fiquei toda alegrinha quando notei que a maioria dos carros em Belém portavam umas bandeirinhas bem pequenas na placa. Uma do Brasil e outra, que a mocó aqui logo soltou a pérola: "Que cuiroso. Não sabia que havia tantos mergulhadores aqui em Belém. Ah! Que linda! Também quero uma bandeirinha de mergulho pro meu carro!". É realmente, não tenho a menor cultura em vexilologia. Me perdoem os Papa-chibés. Foi muito mal. Mas continuo querendo uma igual pra mim. :)

Bandeira do Pará. Lindona.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Mais arte...




Como tudo que vi por lá, eu adorei. Mas acho que esse "adorei" desta vez é um pouco maior. Simplesmente porque eu adoro história. Adoro entrar nas igrejas antigas para ver as marcas do tempo. Adoro ouvir causos sobre o que acharam, onde e ainda não sabem o porquê. Adoro sentir o cheiro de madeira mofada ou da cal sob o piso. Adoro ouvir o ranger das tábuas quando vamos caminhando devagarinho. Foi assim na Igreja de Santo Alexandre. Que já foi de São Francisco Xavier. E hoje, junto com a antiga Casa Episcopal, é parte do Museu Sacro. O prédio do séc.XVIII faz parte do complexo Feliz Lusitânia. Depois de quase ser demolido, foi todo restaurado e dado de presente para matar a curiosidade de xeretas como eu. E fizeram muito bem feito. A visita guiada foi perfeita. Uma pena não podermos entrar com a câmera fotográfica. Mas trabalho sério de preservação tem dessas coisas. Peças comidas pelo tempo foram recuperadas e que, numa bela exposição, me deixaram impressionadíssima com a iluminação feita com fibra ótica. Não há feixe de luz. Só a luz. Que parece sair da peça. Não vi isso em lugar nenhum. Só lá. Mosquei e acabei não fotografando a fachada, então tomei a liberdade de pegar uma bela foto no Fickr do fotógrafo Breno Peck, um morador apaixonado por Belém. As demais fotos são todas minhas mesmo. Segundo minha consultora para história da arte, minha amiga Maria Lúcia Dornas, o estilo foi precursor do Neoclássico com toques do Rococó no país porque, na época, os artistas em Minas ainda praticavam o velho e bom Barroco. Mas... até agora ninguém me identificou quem foi esse tal Alexandre que tomou a Igreja do pobre Francisco Xavier...
Foto: Breno Peck - Belém do Pará.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Domingo na praça...


Neste fim de semana teve aniversário de São Paulo, mas não tenho novidades da terra da garoa porque meu coração ainda está no Pará. Antes de sairmos para o reveillon em Salinas, ainda deu tempo de conhecermos o Museu Sacro, que mostrarei em outro post, e a Praça da República. Milhares de barraquinhas perfilam em torno da praça que estava lotada neste domingão ensolarado de fim de dezembro. Tivemos muita sorte com o clima por lá, já que é o inverno equatorial, quando não há frio, mas chuva. Muita chuva. No entanto, nossa semana foi calorenta e pouco úmida. Fizemos algumas comprinhas pelas barraquinhas e curtimos a curtição do lugar. Tudo muito cuidado e bonito. Uma roda de capoeira, muito da paz, animava os transeuntes. Um cornetinha andava entre a gente cacoetando todo mundo. Um pastor pregava alto e solitário. Alguns descansavam na sombra de árvores. E até um mais calorento ia pelo laguinho. A fachada do Palácio da Paz deixou a vontade para voltarmos para uma visita guiada pelo prédio. Um luxo. Prometo contar depois. Enfim, uma manhã gostosa que terminou com um lanchinho gostoso na Cairu. Ah! A Cairu...

domingo, 25 de janeiro de 2009

Nossa Senhora de Nazaré...

Claro que não vimos o Círio de Nazaré. A procissão acontece sempre em outubro. Algo como 2 milhões de pessoas percorrem o trajeto entre a Catedral de Belém e o Santuário Nossa Senhora de Nazaré. O percurso de 4km chega a ser feito em quase 10 horas. Uma manifestação coletiva de fé inacreditável. A primeira vez foi em 1793. Reza a lenda que, por dias repetidos, a imagem de Nossa Senhora teria sido encontrada no mesmo lugar por um caboclo que a levava até sua casa, mas ela sempre reaparecia no mesmo local às margens do igarapé Murutucú, no dia seguinte. Então lá, teria sido erguida a primeira capela que mais tarde deu origem à Basílica, com arquitetura inspirada na Igreja de São Paulo, em Roma. E a história deu origem à procissão. Que é considerada pelo IPHAN Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial. Os sinos são os mais antigos do Brasil e têm condições de executar concertos sacros completos. Mas esse espetáculo, nós não vimos...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Fórum Social Mundial...


Dia 27 de janeiro começa o Fórum Social. Vimos os preparativos iniciais para o evento que será lá mesmo, em Belém. Que pena que não deu pra ficar...

Estação das Docas...



O Complexo Turístico Estação das Docas parece que foi uma das primeiras iniciativas da revitalização da Orla de Belém para o turismo e lazer. Assim como as docas de Buenos Aires e Nova Iorque, lá tem restaurantes, bares, lojas, artesanato, teatro, cinema e serviços turísticos. E Cairu (!!!). Tudo muito moderno. De bom gosto. Uma badalação gostosa com a brisa fresca do Guajará. Na compania de nossos queridos paraenses prediletos, Robson e Savana, foi lá nosso début nos pratos típicos do Pará. Num espaço único do antigo galpão do cais do porto, um palco deslizante corre pelos trilhos da antiga doca sobre os restaurantes. Com muito boa música. Ao vivo. Chiquérrimo. No Lá em Casa, pedimos o menu degustação. O Ver-o-Pesinho. Assim, provamos de uma só vez vários pratos. Uma fartura. Casquinho e Unhas de Caranguejo. Filhote no Tucupi. O meu predileto. Arroz com Jambu. Que eu não senti o trimilique na língua. Maniçoba. Pato no Tucupi. Farofinha de Farinha de Puba com Castanha. Um mimo. Feijão Manteiguinha. Leite de Côco. E, não sei como, Pirarucu. Mesmo com a pesca proibida, alguns restôs servem.
Tudo tão delicioso, que voltamos para almoçar, dessa vez, no Spazzio Verdi. E o que deixou saudade foi o Filhote ao Creme de Pupunha com Arroz de Jambu preparado numa linda panela de barro. Jesuis.

Foi das Docas que pegamos o barco para o passeio pela orla do post anterior. Foi lá também que conheci a loja do Damazônia Chocolates. Chocolate amargo de 72 e até 80% de cacau. Minha perdição declarada. Com recheios de geléias bem azedinhas de frutinhas como bacuri, açaí e cupuaçu. E também de castanha do Pará. Claro. Vai ser difícil viver sem eles por aqui. Sim. Passei muito bem. Obrigada. Não. Não voltei mais gorducha ainda. É tudo muito saudável. E andei muito. Caminhei mais ainda. Dancei. Só um pouquinho. Com o boto ;) . Mas até corri na orla de Salinas. Voltei com a cor da Amazônia. E muito feliz. Pra quem quer pagar alguma das minhas contas de luz.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Shall we dance...




Claro que não é só lá. Em tudo que é canto no Brasil temos muita ginga. Graças a deus. E pra tudo que é gosto. Já conhecia alguns ritmos do Pará por acompanhar o trabalho de meu amigo Carlos Sampaio, no Grupo de Projeções Folclóricas Guararás, lá de Minas. E o Carimbó, claro, sempre foi meu predileto. Meu bolachão da Eliana Pitmam quase rachou de tanto ouvir quando eu era menina: "...Carimbó! Carimbó é gostoso...é gostoso em Belém do Pará".

Sendo assim, acabamos num passeio de barco pela orla da cidade em que um performático casal apresentava as danças típicas da terrinha com música da melhor qualidade ao vivo e a cores. Não deixei de soltar o dedo no gatilho da câmera no Carimbó, no Siriá, na Marujada. E no mais sensual dos ritmos brasileiros, o Lundú. Até tentamos trazer um boto pra praticar esse ritmo por aqui, mas a alfandega também gamou e confiscou nosso tesouro...

Será que dá pra achar botos pra fazer umas aulas disso por aqui?


Ah! Esta é a vista noturna da orla do Ver o Peso do rio.