domingo, 7 de dezembro de 2008

Às vezes de uva...


A Pinot Noir é um tipo de uva difícil. Muito sensível. Qualquer intempérie no terroir faz dela um fracasso. Precisa de calor seco e forte durante o dia e, à noite, uma briza fresca. Amadurece rápido. É preciso observação. Sutileza. Cuidado. Delicadeza. No entanto, quando se consegue compreender as necessidades desta plantinha frágil é possível explorar uma explosão impressionante de um léxico de indescritíveis delícias no seu vinho. Puro prazer aos seis sentidos em total agradecimento a tanta dedicação. Intensa. Pra onde a imaginação for capaz de levar. Demiúrgico. Dionísico. Pra plantinha, que desabrocha a simplicidade da vida em algo que transcende. E para o vinicultor, que doa o cuidado pra apreciar o desdobramento da transcendência. Há pessoas que são a Pinot Noir. Precisam mais do que sol e água pra serem o que podem ser. E quando o são, alentam e afagam a alma humana.

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