quarta-feira, 2 de julho de 2008

Energia de escape...


Buraco Negro é um objeto que tem um campo gravitacional tão intenso, que a velocidade de atração é maior que a da luz, então não há reflexão de luz. Negro. Impossível ver o que há dentro. Mas sabe-se que há muita, muita energia. Segundo os físicos, de ocorrência normal na natureza. Sinto os buracos negros ao meu redor. Não é difícil entrar em um deles. E tão pouco, fácil de sair. Às vezes é possível desviar-se. Mas não evitá-los. Também sinto a quantidade de energia. Por isso, não se trata de algo que corrói os ossos ou os tecidos moles ou etéreos da existência humana. Mas também não é possível sair ileso. Na verdade há certa desintegração, sim. Mas com a quantidade de energia disponível em tamanha escuridão é admiravelmente viável recompor-se com certa superioridade ao que foi perdido. O problema, na verdade, é a escuridão. Não gosto de pensar no escuro. Há outras pessoas também. Aliás, lá é delicadamente mais provável de encontrar pessoas especiais e partilhar momentos felizes. Mas é no escuro. Tenho claustrofobia no escuro. Mesmo fresco, o ar parece parado. Com esta energia toda, há mais oxigênio e menos poluição, sem dúvida. Mas o sentido dos olhos me é mais caro. Quando o vejo de longe, sei que não escaparei e fujo pelas laterais. Quando sou sugada por um, sei que exercitarei a virtude da paciência. Porque sei que certamente sairei. Sem saber quando. Mas recomposta. Melhor. Purificada, até. E em outra dimensão. Diferente daquela que deixei antes do escape. Com ar mais puro. Até mais colorida. Uma aventura e tanto. Mas que preguiça.

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