sexta-feira, 30 de maio de 2008

Listinha distímica - versão 1...


Em tempos de TPM, tenho a mania (no sentido psiquiátrico da coisa) de listar coisas que de que não gosto na medida que vão aparecendo no meu dia. E não são poucas. O que, já de saída, é o primeiro item da minha listinha fofa. Mas vamos às demais. Tem aquela simpática que sempre chega com uma receitinha pra emagrecer que consiste em tomar sopa Knorr toda noite no lugar do jantar. É. Aquela mesma. Cheia de purinas e pirimidinas, sal, nitratos, nitritos e substâncias que um dia vão sair de circulação porque na Noruega, há dez anos, já descobriram serem cancerígenas e só os americanos ainda não sabem. Pesando bem, essa eu já tiro de letra. Identifico a quilômetros de distância e mudo de calçada. Tem também o esperto do carro ao lado que dá aquela conferida e vê que é mulher. Lembra que a seta é acessório de fábrica e vai sem sequer saber que, segundo a física, dois corpos nunca ocuparão o mesmo lugar no espaço. Pra esse, eu me lembro que há uma campanha pública de trânsito na Suécia que diz que homem sem noção no volante tem o pinto pequeno. Nunca li nada com tamanho sentido. Vou colar um adesivo no meu carro. Tem ainda a mãe de criança fofa que acha tudo que é falta de educação do pentelhinho, candidato a interno da febem, uma coisa mais que gotosa. Essa mami tá sempre no restaurante, na sala de espera do ginecologista ou no cabelereiro com sua cria quando estou em TPM. E quando você encontra um casal amigo que parece legal e tal? Resolve marcar um programa descolado, tipo jantar num Bistrô em Tiradentes. Depois de achar tudo terrivelmente caro, o fofo diz que não vai de jeito nenhum querer pagar uma taça de vinho pra noiva porque pagar aquilo tudo (R$35,oo) pelo bife frito (foundie de carne) é uma afronta ao bolso sagrado dele. Depois de repetir durante todo o jantar que nunca comeu um bife frito, que ele mesmo teve de fritar (foundie de carne), tão caro na vida, só pra garantir que continuará delicado com a gente, divide a conta em 2 e não em 3 e, ao sair do aconchegante Bistrô, o fofo ainda solicita pra acompanhá-lo no burguer qualquer coisa pra ele comer algo que o sustente de verdade. A noiva também devora um burgão X-tudo. Uma fineza. Mas não há nada como, sabe-se lá como, suportar esse mal humor na alma, engolir seco todas as listinhas mensais, inundar os neurônios de morfina pra aguentar a cólica e ainda dar de cara com o sujeito que acha que é o Mister Bean e a generosidade sem tamanho te olha e diz que aposta que você tá em TPM porque suas olheiras estão fundas e seu olhar, triste.

2 comentários:

  1. Eu decidi que, em público, só digo que TPM é uma invenção da revista Nova para a mulher poder justificar a dor de cabeça no dia que não quer trepar. Isso faz com que você pareça uma deusa do sexo esnobe e evita comentários desautorizadores. Porque com essa história de se assumir a TPM como fato, não se pode mais dar piti nessa vida. Por mais justo e civilizado que seja seu protesto, ao vir de uma mulher, será sempre hormonal.

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  2. Parto do pressuposto de sermos seres sociais mas também biológicos. Não entendo ser possível negar que somos hormonais. E homem metido a macho, forçudo e cafajeste? Também acho que é o cérebro dando mais espaço a testosterona. Depois que consegui controlar meu mal estar com estrogênio, entendi que a TPM de verdade me faz ser mais bicho do que gente. E os homens, que não conseguem compreender isso, também são mais bicho do que gente. Essa é a essencia da natureza humana: saber usar a inteligência pra ser diferente dos outros bichos.

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