sábado, 3 de maio de 2008

Bio Brazil Fair...

No no stand do Slow Food na Feira Internacional de Orgânicos e Agroecologia na Bienal: a querida Margarida Nogueira (líder do convivium do Rio), Cenia Salles (líder de SP), Eu (convivia de SP) e Paulo Chanel (líder de Piracicaba). Também estavam lá, os responsáveis pela Fortaleza do Palmito Juçara na Comunidade Guarani em Bertioga, Adolfo Mirim e Maurício Fonseca e, além deles, o Jurandir e a Márcia, representantes da comunidade Guarani aqui de Parelheiros (meus vizinhos que logo, logo vou aceitar o convite para uma visita). Bom, além de me divertir com as histórias e conhecer um bocado de outros produtos que foram aparecendo por lá (tomei um sorvete da Biodinâmica que era o bicho!!) também vi que, mesmo num evento como aquele, ainda tem gente que não faz idéia do que seja biodiversidade, orgânicos, produção justa, ecogastronomia, o movimento Slow... e ainda olha pra gente com aquela cara de "tu é frick/hippie demais" (alguém perguntou se tínhamos autorização do IBAMA pra comercializar o Juçara...). Mas não vou ficar reclamando. Também apareceu outro bocado que sabe e já usa de tudo isso no dia-a-dia por que entende que é uma boa saída para o planeta não implodir (até agora ainda não me apresentaram outra alternativa com tamanha lógica). Olha só se o Pedro Flaire (que visitou a gente junto com a irmã dele, a Julia Sitta) já não tem cara de ecochef? Adora uma cozinha e chora quando não tem brócolis para o almoço!! Ficou chique demais no avental que a Margarida desenhou especialmente para o evento (um beijo pra vocês!!). Bom, o que eu fui fazer lá? Como membro do movimento do Slow Food, "a idéia é explicar pra quem se interessa qual é a idéia". Desde a fundação na Itália, procuram pelo planeta espécies alimentares em risco de extinção. Extinção tanto biológica quanto cultural, se é que você me entende. No Brasil há 7 Fortalezas (nome que recebem os projetos de proteção do Slow Food). São elas:
1.Palmito Juçara de SP (alguém ainda tem dúvida do risco desta espécie?);
2.Castanha de Baru do Centro Oeste;
3.Nectar de abelhas nativas sem ferrão do Pará e Amazonas;
4. Arroz Vermelho da Paraíba;
5.Guaraná Nativo do Amazonas e Pará;
6.Umbu do Sertão do São Francisco;
7.Feijão Canapu do Piauí.
No Brasil, ainda há na lista de espera mais 11 produtos, chamados de Arca do Gosto. Que, mais dia menos dia, vão engrossar essa lista aí de cima e ter seu próprio projeto de incentivo. E pra ninguém continuar pensando que é coisa de idealista que não dá em nada, todas as Fortalezas no Brasil têm a parceria do Ministério do Desenvolvimento Agrário junto ao Slow e já estão com produção de vento em popa. Todas com produto nas prateleiras da feira. Lá no stand havia geléia de umbu e castanhas de baru pra degustação. A partir daí dá pra ir construindo um léxico gustativo só nosso. Brasileiro até a raíz. Que foi perdido em algum canto da nossa história. É a educação do gosto. Paladar em riste, estamos aptos a virar consumidor afiado pra tudo isso. Que não tem contra indicação. Só gostosura saudável, limpa e justa. Como ninguém é de ferro, depois do evento fui com minhas companheiras de Slow pra uma boa refeição no Nellos em Pinheiros. Segundo o cardápio, também são adeptos do movimento. Mas a comida é do tipo "mama mia" legítima. O vinho, bom e o preço, justo. Preciso escrever que foi um dia que a Neide vai ter inveja verde de ver no meu blog? (Ela fez uma falta danada!).



2 comentários:

  1. Quem sabe um dia me converto!

    Interessantíssimo. Parabéns, vc escreveu uma bela reportagem sobre o assunto.

    Como sempre vc 10 !

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  2. Silmara!
    Você tem toda razão. Fiquei morrendo de inveja verde (se é que isto existe hahah) por não poder estar em dois lugares ao mesmo tempo. Um dia ainda isto será possível. Por enquanto, vamos fazendo o que dá. Fiquei feliz em saber do sucesso que o Slow Food fez na feira. Parabéns pelo texto.
    beijos,
    Neide

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