quinta-feira, 6 de março de 2008

Amor sublime...


Tenho uma amiga que certa vez quis jogar as tamancas na "infeliz", segundo suas palavras, "que queimou suas roupas íntimas em público na Inglaterra." Hoje, ela (minha amiga) estaria tranquila e felizmente cosendo e cuidando de seu querido marido e filhos, apenas. De cara retruquei. "Deus me livre! Nossa liberdade vale mais que qualquer felicidade de filme romântico." "Que liberdade?" Enfurecida, nem ouvia mais meus argumentos. Logorreicamente foi cuspindo os marimbondos: "Levanto muito mais cedo que meu companheiro pra aprontar as crianças pra escola. Ainda tenho que me por linda e fresca para 8 ou mais horas de trabalho árduo no escritório, onde tenho que provar a cada instante minha competência com salário menor e aguentando, muitas vezes, cantadas canalhas de colegas com um pinto provavelmente menor que o de meu menino de 5 anos... E quando chego em casa, roupas, louças e jantar ainda me aguardam. Sem contar toda a demanda emocional pela qual sou responsável com meus filhos e meu marido, que sempre querem meu colo. Nem sobre futebol posso opinar que me olham de soslaio pois isso não é assunto meu. Que liberdade foi essa? Antes de liberdade eu quero igualdade." É claro que eu tinha que viver num período de transição histórica onde nada mais é o que era e ainda não é o que será. Amor sublime ainda é sonho de consumo da mulher moderna.
P.S.: O beijo é de Picasso.

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