Tenho uma amiga que certa vez quis jogar as tamancas na "infeliz", segundo suas palavras, "que queimou suas roupas íntimas em público na Inglaterra." Hoje, ela (minha amiga) estaria tranquila e felizmente cosendo e cuidando de seu querido marido e filhos, apenas. De cara retruquei. "Deus me livre! Nossa liberdade vale mais que qualquer felicidade de filme romântico." "Que liberdade?" Enfurecida, nem ouvia mais meus argumentos. Logorreicamente foi cuspindo os marimbondos: "Levanto muito mais cedo que meu companheiro pra aprontar as crianças pra escola. Ainda tenho que me por linda e fresca para 8 ou mais horas de trabalho árduo no escritório, onde tenho que provar a cada instante minha competência com salário menor e aguentando, muitas vezes, cantadas canalhas de colegas com um pinto provavelmente menor que o de meu menino de 5 anos... E quando chego em casa, roupas, louças e jantar ainda me aguardam. Sem contar toda a demanda emocional pela qual sou responsável com meus filhos e meu marido, que sempre querem meu colo. Nem sobre futebol posso opinar que me olham de soslaio pois isso não é assunto meu. Que liberdade foi essa? Antes de liberdade eu quero igualdade." É claro que eu tinha que viver num período de transição histórica onde nada mais é o que era e ainda não é o que será. Amor sublime ainda é sonho de consumo da mulher moderna.
P.S.: O beijo é de Picasso.
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